Há homens que não descansam enquanto não encontram a verdade. John Henry Newman foi um deles.

Anglicano desde o berço, tornou-se professor em Oxford e pregador muito admirado na Igreja da Inglaterra. Seus sermões atraíam multidões, seus escritos moldaram o pensamento religioso britânico — tudo o que o mundo lhe oferecia era prestígio e segurança. Mas sua consciência o chamava para outro caminho.

No silêncio dos livros, nas longas noites de oração, ele descobriu que a verdade plena não estava onde todos o aplaudiam, mas na Igreja Católica.

Em 1845, tomou a decisão que mudaria tudo: deixou a Igreja Anglicana e se converteu à Igreja Católica. Abandonou prestígio, certezas e a vida que conhecia para seguir o chamado de Deus. Onde muitos viram loucura; Newman encontrou a liberdade.

Mas a sua conversão trouxe consequências devastadoras. Perdeu a maioria de seus amigos da Igreja da Inglaterra, sua própria família o rejeitou, e Oxford — o lugar que moldou sua vida intelectual — fechou-lhe as portas. A solidão era profunda, o futuro incerto. Contudo a sua fé não se enfraqueceu, foi justamente nesse período de provação que Newman entregou sua vida a Deus de forma mais completa.

Em suas próprias palavras:

"Ele sabe o que faz. Pode tirar meus amigos, pode me jogar no meio de estranhos, pode me fazer sentir desolado, deprimir meu espírito, esconder o futuro de mim — ainda assim, Ele sabe o que faz." (Meditações e Devoções, pp. 301-302).

Sua vida se tornou um testemunho de coragem intelectual e fidelidade. Como pensador católico, Newman trouxe contribuições duradouras: ensinou que a consciência é a voz de Deus no coração, insistiu que todo católico tem missão de evangelizar - não apenas os padres -, e mostrou que a santidade se encontra no ordinário da vida.

Mais de um século depois de sua morte, a Igreja continua reconhecendo o impacto de sua obra. Canonizado em 2019, Newman agora receberá um reconhecimento ainda maior. O Papa Leão XIV anunciou que ele será proclamado Doutor da Igreja em 1º de novembro, na festa de Todos os Santos.

Este título — concedido àqueles cujos escritos iluminam gerações inteiras — será conferido durante o Jubileu do Mundo Educativo, momento perfeitamente adequado para celebrar um dos maiores educadores da fé.

Sua vida não é apenas história: é um convite atual para quem busca a verdade acima de todas as coisas.

"Onde a busca pela verdade nos leva?"

Esta é a pergunta que nos conduz em Um Retrato de Newman, o primeiro documentário que mergulha na vida e no pensamento do cardeal inglês John Henry Newman.

Filmado na Inglaterra, Irlanda, Itália e Estados Unidos, o documentário percorre em três atos desde sua juventude e enfermidade, sua conversão ao catolicismo, até sua maturidade teológica — uma caminhada marcada por perseguições e períodos de profunda solidão.

Com tom sereno e contemplativo, a narrativa intercala dramatizações, leituras de seus escritos e entrevistas com especialistas, criando uma ponte entre passado e presente. Esteticamente, une precisão histórica e cuidado visual.

Mais do que uma biografia, este documentário é para quem busca clareza em meio à confusão, para quem quer viver com coerência entre fé e razão.

Cada espectador é convidado a reviver com Newman a coragem de escolher a verdade quando ela custa carreira, reputação e segurança - e descobrir que esse caminho solitário é o único que verdadeiramente liberta.

As filmagens já começaram, e queremos que você caminhe conosco até a finalização do documentário.

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